A Síndrome Fibromiálgica (SFM) é uma condição clínica caracterizada pela ocorrência de dor músculo-esquelética generalizada, crônica e pontos dolorosos na ausência de processos inflamatórios articulares ou musculares, pois nesta entidade não há inflamação tecidual, apenas dor muscular difusa, relacionada a outras anormalidades do sistema nervoso central.

Estudos revelaram que a combinação de dor difusa, bilateral, acima e abaixo da cintura, nas extremidades e no esqueleto axial (regiões da coluna cervical, face anterior de tórax, coluna dorsal e/ou lombar) e, pelo menos, a identificação clínica de dezoito pontos dolorosos específicos apresentavam sensibilidade de 88,4% e especificidade de 81,1% em pacientes com SFM.

A ocorrência da SFM independe de idade, nível sócio-econômico e cultural dos indivíduos. Segundo levantamento epidemiológico, a prevalência de dor crônica difusa é de 11% e da dor regional 43%; em 21% dos pacientes com dor difusa, se identificam mais de 11 pontos dolorosos; em 63%, de 01 a 10 pontos dolorosos; e em 14% a ausência dos pontos dolorosos.

O número de pontos dolorosos não foi correlacionado com a dor difusa, mas sim com depressão, fadiga e anormalidades do sono. A Síndrome Fibromiálgica é a terceira causa de doenças reumatológicas, principalmente mulheres, nos consultórios fisioterapêuticos. As ocupações mais freqüentes para SFM foram: trabralho em escritório 20%; profissões ligadas à saúde 14%; educação 11%; digitação, manter-se sentado, caminhar durante muito tempo, estresse, elevação de peso, inclinação e realização de movimentos repetitivos ou de levantar-se, são atividades que pioram os sintomas da SFM.

No quadro clínico, as dores musculares generalizadas são sintomas característicos da SFM, entretanto, rigidez matinal, fadiga, anormalidades sensitivas neurovegetativas, cognitivas e de qualidade do sono, cefaléia, hipersensibilidade ao frio, hiperemiacutânea (pele vermelha), dismenorréia, síndrome do colo irritável, cistite de repetição, ansiedade e depressão podem ou não associar-se a elas.

Estas situações se manifestam com períodos intermitentes de melhora e piora que se tornam mais intensos durante alguns meses e depois se estabilizam, de modo que a incapacidade física, em graus variados, está sempre presente.

O tratamento inclui o controle da dor e da fadiga, a melhora do padrão de sono, o controle das anormalidades do humor, a melhora da funcionalidade e reintegração psico-social. Apenas o tratamento medicamentoso não é suficiente para tratar a SFM. Dentre os tratamentos não farmacológicos, podem se utilizar os meios físicos como o calor, o recurso terapêutico manual, acupuntura, cinesioterapia e hidrocinesioterapia (tratamento na água).

A redução de horas de trabalho e a escolha de tarefas compatíveis são essenciais para a adequação à limitação da capacitação funcional nos casos de SFM. Pacientes com SFM não devem deixar de se exercitar, visto que os músculos descondicionados apresentam maior tendência aos microtraumatismos e à inatividade.