A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é praticada há cerca de 5.000 anos no Oriente e atualmente é utilizada em diversos países ocidentais como forma de ampliar as possibilidades de condutas terapêuticas. Trata-se de uma contribuição extremamente significativa para a melhoria das condições de vida da população (1).

No Brasil, a prática das técnicas chinesas iniciou-se timidamente no século XIX, mas só foi incorporada nas instituições no século XX, a partir da década de 80. Posteriormente, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde visando à integralidade da atenção à saúde (2). De acordo com a resolução 214, de 14 de dezembro de 2000 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a acupuntura foi incorporada a titulo de especialidade na fisioterapia desde 1985(3).

Dentre as diversas técnicas da MTC, encontra-se a acupuntura, termo derivado do latim: agulha (acus) e puntura (puntura). A terapia considera que em nosso corpo existem aproximadamente 360 acupontos de meridianos e a maioria deles está associado com estruturas do sistema nervoso periférico, feixes periféricos e vasos sanguíneos. A inserção da agulha ativa os receptores dos dendritos dos neurônios sensoriais na pele, músculos e tecidos moles. Essa estimulação gera sinais elétricos, conhecidos como potencial de ação, que percorrem os dendritos, chega ao corpo celular, posteriormente ao axônio e finalmente ao cérebro por meio das sinapses (4).

Após os impulsos de dor chegarem ao córtex cerebral, endorfinas, serotonina, hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e ácido gama-aminobutírico (GABA) são liberados em diferentes locais para modular os sinais da dor (4).

Referências

1. Secretaria Municipal de Saúde (SP). Caderno Temático de Medicina Tradicional Chinesa. 1ª edição. São Paulo: Secretaria Municipal de Saúde; 2003.

2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.

3. CREFITO, resoluções COFFITO. Disponível em: http://www.crefito2.gov.br/fisioterapia/especialidades/crefito2/legislacao/resolucoes-coffito/resolucao-n%C2%BA-219-90.html. Acesso em 9 de Janeiro de 2017.

4. Ma Y, Ma M, Cho ZH. Acupuntura para controle da dor: um enfoque integrado. 1ª ed. São Paulo: Roca; 2006. Mecanismos periféricos da acupuntura. p.31-47